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Lorenzo Madrid - VP de Parcerias Estratégicas na Wellness Tech Group - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS

Lorenzo Madrid

VP de Parcerias Estratégicas na Wellness Tech Group

Com mais de 30 anos de experiência no sector das Tecnologias de Informação, Lorenzo Madrid é vice-presidente de Parcerias Estratégicas na Wellness Tech Group, uma empresa espanhola especializada em tecnologias para Smart City.

Para além disso, é presidente do Smart City Business Institute America, um Think Tank de Cidades Inteligentes, acreditando que “utilizar a tecnologia adequada e aplicar princípios saudáveis de governação são dois elementos críticos para a implantação de uma cidade Inteligente bem-sucedida, sustentável e resiliente”.

Consultor Internacional para Cidades Inteligentes e com vários livros e artigos publicados sobre este tema, Lorenzo Madrid é um dos convidados especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. Com um vasto currículo na área das Tecnologias de Informação (TI), pode falar-nos um pouco da sua jornada e da sua experiência profissional?

Tenho mais de 30 anos de experiência nos sectores público/privado, dos quais 11 na Microsoft, como Executivo Sénior, com responsabilidades globais, onde supervisionei projectos de TI para governos em 53 países. Mais recentemente, fiz a gestão de projectos de Smart City para Istambul, para o Rio de Janeiro e para a Cidade do Cabo. Eu também tenho fortes laços com a academia. Sou membro do Centro de Tecnologia em Governo – na Universidade Estadual de Nova Iorque – e fui também convidado pela Universidade das Nações Unidas, em Guimarães, para um projecto de pesquisa em Smart City. Publiquei livros e artigos sobre Cidades Inteligentes, Transformação Governamental e escrevi sobre o elo e o impacto que investimentos em TI causam no desenvolvimento socioeconómico. Também actuei como CIO na Secretaria de Educação de São Paulo, no Brasil, onde fui responsável pelos sistemas e redes de TI, que oferecem serviços de Internet para seis milhões de alunos e 300 mil professores.

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Actualmente, estou envolvido em alguns projectos Smart City na Ásia e na América Latina e faço assessoria para algumas empresas do sector, tais como a Wellness TechGroup, que tem soluções para Cidades Inteligentes.

2. De que forma é que a Wellness TechGroup contribui para o desenvolvimento das Smart Cities?

A Wellness TechGroup é uma empresa espanhola que pesquisa e desenvolve tecnologias e também fabrica distintos produtos. O objectivo é a implantação de soluções smart, não só para cidades, mas também para indústrias e para a agricultura. Estes produtos visam atender as áreas de eficiência energética, segurança física e cibernética e gestão de resíduos. Os mesmos produtos oferecem também uma plataforma para a gestão automatizada de indústrias, cidades ou territórios.

3. É também presidente do Smart City Business Institute America. Em que consiste esta organização e quais são os objectivos da mesma?

O Smart City Business Institute America é uma organização sem fins lucrativos que tem como objectivo promover e incentivar acções governamentais que visem o desenvolvimento de iniciativas de Smart Cities. Isto é feito através de palestras, webinars, cursos e projectos de consultoria. O Smart City Business tem associados em vários países do mundo e já participamos em projectos de Smart City nos cinco continentes.

4. Na sua opinião, qual é a melhor definição para o conceito de Smart Cities?

É muito difícil definir o que é Smart City. Num trabalho recente que apresentei no “International Congress of Eletronic Governance” (ICEGOV-2019), organizado pela Universidade das Nações Unidas, em Melbourne, na Austrália, identificámos mais de 100 definições para Smart Cities. No entanto, uma das minhas preferidas, pela simplicidade e posicionamento de alto nível, é a definição proposta pelo ITU (“International Telecomunications Union”), que diz o seguinte: “Uma cidade inteligente e sustentável é uma cidade inovadora que utiliza tecnologias de informação e comunicação (TIC) e outros meios para melhorar a qualidade de vida, a eficiência da operação urbana e serviços e a competitividade, ao mesmo tempo que garante que a mesma atenda às necessidades das gerações presentes e futuras em relação aos aspectos económicos, sociais, ambientais e culturais”.

Há um sem número de iniciativas que uma cidade pode desenvolver, cujo resultado tem um impacto directo na qualidade de vida da população.

5. Como consultor internacional para Cidades Inteligentes, de que forma é que as Smart Cities podem melhorar a qualidade de vida de uma população?

Há muitos serviços e processos dentro de uma cidade que podem ser melhorados a partir dos conceitos de uma cidade inteligente. No trabalho que mencionei acima, incluímos um modelo que abrange 11 iniciativas que uma Smart City pode adoptar, colectiva ou individualmente, visando melhorar a qualidade de vida da população. No modelo são abrangidos os seguintes temas: Transporte/Mobilidade, Meio Ambiente, Turismo/Cultura, Saúde, Recursos Hídricos, Energia Sustentável, Telecomunicações e Sistemas, Desenvolvimento Económico, Segurança, eGOV e Educação.

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Para cada uma destas macro iniciativas, a cidade pode desenvolver sub-tópicos e, assim, responder a necessidades específicas para melhorar a qualidade de vida. Por exemplo, em Mobilidade, a cidade pode promover mecanismos para incentivar a utilização de transporte compartilhado e, assim, reduzir o trânsito. Ao mesmo tempo, reduz o impacto das emissões de carbono (Meio-Ambiente). Pode ainda simplificar o acesso ao serviços médicos, implantando postos para atendimento por Telemedicina. Há um sem número de iniciativas que uma cidade pode desenvolver, cujo resultado tem um impacto directo na qualidade de vida da população. Em geral, há várias iniciativas que podem ser aplicadas e cada uma delas contribui para o todo na construção de uma cidade mais inteligente e mais justa para os seus habitantes.

6. Quais são os maiores desafios que se podem encontrar no desenvolvimento de uma cidade inteligente?

A experiência tem-me mostrado que o primeiro entrave para construir uma cidade inteligente é a falta de recursos. E quando falo de recursos, não me refiro apenas a capital ou recursos financeiros. Falo também de recursos humanos, capazes de planear, gerir a execução, operar e manter toda a infra-estrutura e sistemas necessários a uma Smart City. Estes recursos têm que estar disponíveis, precisam de responder a necessidades complexas vindas das novas tecnologias e métodos de trabalho. Temos também um outro desafio maior, que é o processo de governação de todo o projecto de uma Smart City.

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O processo de tomar decisões acertadas envolve múltiplos actores, centenas de interessados e milhares de cidadãos, pelo que afectará todos os aspectos de uma cidade. É, por isso, complexo e de equilíbrio delicado, exigindo um forte envolvimento das lideranças políticas para ser bem sucedido. O terceiro elemento desafiador é a agilidade na elaboração de políticas públicas, que atendam as demandas dos gestores e cidadãos, para que estes possam desenvolver as soluções que a Smart City deve oferecer. Portanto, este tripé (Políticas Públicas, Governação e Recursos) é o responsável pelo sucesso ou fracasso de um projecto de desenvolvimento de uma Smart City.

Nos dias de hoje, uma Smart City tecnológica não é realmente “Smart” se não cuidar também da sua sustentabilidade.

7. Que relação existe (ou deve existir) entre uma Smart City e o desenvolvimento sustentável?

Muitas vezes faz-se uma distinção entre ser uma Smart City e ser uma cidade sustentável. A primeira teria um viés tecnológico, enquanto a segunda teria preocupações ambientais. No entanto, nos dias de hoje, uma Smart City tecnológica não é realmente “Smart” se não cuidar também da sua sustentabilidade. Não devemos separar um conceito do outro. A própria definição de Smart City feita pela ITU já deixa isso explícito logo de início.

8. Com vários artigos e livros publicados, que mensagens pretende transmitir?

A mensagem principal visa resumir aprendizagens adquiridas ao longo de muitos anos como gestor, nos distintos projectos em que participei, tanto na área pública, como privada. Erramos muito e também aprendemos muito ao longo dos anos. O livro “Smart City 3.0 – A new way of governing” indica alguns caminhos que levaram a projectos bem sucedidos, apontando também erros cometidos, para que os leitores possam evitá-los quando se virem frente a frente com a mesma problemática.

9. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que tem a possibilidade de produzir mupis digitais, quiosques multimédia e outras soluções tecnológicas para cidades inteligentes, que relevância tem, na sua opinião, o digital para o desenvolvimento de Smart Cities?

Costumo dizer que as soluções digitais para a infra-estrutura são os braços de uma Smart City. Sem elas, é impossível servir bem os cidadãos e a comunidade. No entanto, além dos braços, uma cidade inteligente precisa também de telecomunicações e sistemas que lhe permitam fazer uma gestão inteligente e automatizada. Estes componentes seriam as pernas e o cérebro de uma Smart City.

Connecting Stories é um novo espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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