James Castle

1. O James Castle é presidente e director de Smart Cities e Parcerias Estratégicas da Terranova Defense Solutions, uma distribuidora e fabricante canadense de sistemas não tripulados que representa mais de 30 mil parceiros e membros em mais de 84 países. A Terranova Defense Solutions e a Drone Think Do apoiam e incentivam as Smart Cities e o seu desenvolvimento. Pode falar-nos um pouco da sua jornada e da sua experiência profissional? Como surgiu o interesse pela indústria tecnológica (e pelos sistemas não tripulados, mais especificamente)?

Se esta tecnologia não fosse utilizada, a pessoa poderia ter morrido devido a exposição extrema num clima nórdico durante o Outono tardio.

Esta história fez-me seguir uma nova direcção, a fim de promover tecnologias “de primeira classe” para substituir os métodos tradicionais de salvamento de vidas, ajudando os governos e os socorristas na tomada de melhores decisões, com menor risco de morte humana. Sou um defensor do salvamento de vidas e de fazer a diferença para trazer a mudança a uma indústria necessitada. A Terranova Aerospace foi criada em Janeiro de 2018, como uma divisão da TIPS Canada.

Em Setembro de 2018, eu e a minha equipa recebemos a primeira demonstração ao vivo da Terranova Aerospace sobre a utilização de um drone solar de asa fixa. Como presidente da Terranova Aerospace, fui chamado (também como perito em matéria de assunto) perante a Comissão dos Transportes e do Turismo na Câmara dos Comuns, na capital do Canadá, Ottawa. A Terranova Aerospace foi também a primeira companhia de aeronaves no Canadá a receber um tecto de voo de 1000 pés no espaço aéreo GTAA (Greater Toronto Airport Authority) da Transport Canada e da NAV Canada.

Em 2019, eu e a minha equipa fomos ao CANSEC 2019, em Ottawa, para apresentar nove classes diferentes de drones, desde o solar à hélice, a drones de asa fixa e a drones amarrados, incluindo três drones DJI. A Terranova Aerospace apresentou a maior colecção de drones nesta exposição. A Terranova apresentou-os a representantes militares e governamentais de todo o mundo. A Terranova foi também convidada a participar num jantar PRE-CANSEC, que acolheu outras empresas aeroespaciais no Consulado Alemão/Israelita, em Ottawa.

Em 2020, expandi as classes de drones para incluir veículos de superfície não tripulados (Resgate) (USV/USRV), como o Dolphin One de Terranova e o TN75 1000Kg Protector (SAR) Drone Ship; e outros drones de asa fixa como o Raybird 3, o CGT50 e o pequeno drone mais rápido do Canadá, o CNG Jet, para exercícios de aquisição de alvos de drones militares.

Como resultado da expansão do nosso foco para incluir a tecnologia de drones de superfície não tripulados, a Terranova Defense Solutions teve formação para incluir sistemas não tripulados terrestres, marítimos e aéreos.

Hoje em dia, a nossa empresa Terranova Defense Solutions é especializada em operações de busca e salvamento e ajuda a salvar vidas através da tecnologia. Actualmente envolvida com os nossos parceiros americanos no Louisiana, ajudando nos esforços de desastre e na tentativa de encontrar pessoas desaparecidas, a Terranova vai estar presente na “Conferência Internacional sobre Cidades Inteligentes, Infra-estruturas Inteligentes & Município Digital de Edifícios Inteligentes” e apresentará um discurso de 20 minutos “Tecnologia Inteligente e Autónoma: Veículos Não Tripulados – A Necessidade de Tecnologia de Busca e Resgate para Desastres Ambientais e Alterações Climáticas”.

2. De que forma é que a Terranova Defense Solutions contribui para o desenvolvimento das Smart Cities?

A Terranova Defense Solutions contribui para as Smart Cities através do desenvolvimento da Climatopolis Corporation, uma empresa federal que opera em Ottawa, Canadá.

A tecnologia da Terranova Defense Solutions irá suportar a Cidade Inteligente de Climatopolis, que irá construir a infra-estrutura que se tornará a espinha dorsal do projecto. Além disso, vai fornecer a tecnologia drone para o núcleo operacional das cidades inteligentes com interoperabilidade e segurança.

3. É também embaixador da Drone Think Tank internacional e director executivo da Drone Think Tank do Canadá. Em que consiste esta iniciativa?

Sou, de facto, o embaixador canadiano do Drone Think Do (“Think Tank” internacional baseado no distrito da UE de Bruxelas para a Comissão da UE e organizações internacionais), que representa mais de 30 mil parceiros de alto nível e membros em mais de 64 países. A Drone Think Do presta apoio no lançamento e co-desenvolvimento de cidades inteligentes relacionadas com projectos sustentáveis. Além disso, para ser o embaixador do Canadá, tornei-me o director executivo da Drone Think Do Canada.

A Drone Think Do Canada está a ser desenvolvida para criar o Think Tank para o suporte de tecnologia e será, adicionalmente, a organização que irá coordenar os esforços de angariação de fundos para o Climatopolis Canada e para o Drone Think Do Canada. Além disso, irá trabalhar com organizações governamentais na regulamentação e padronização de drones na América do Norte.

4. Pode explicar-nos o que entende por Smart City e como é que se encontra o desenvolvimento das Smart Cities no mundo?

Uma Cidade Inteligente é, para mim, a transformação de uma urbanização sustentável através da criação de infra-estruturas e soluções de transporte totalmente autónomas, concebidas para proporcionar uma comunidade autónoma, com recursos abundantes e com um ambiente altamente resiliente, que promova a redução do impacto dos efeitos das alterações climáticas através da tecnologia – que é desenvolvida no local pelos residentes e parceiros da cidade.

No mundo actual, as cidades inteligentes estão a ser (ou já foram) desenvolvidas, como é exemplo Shenzhen, na China, e outros centros chave que se concentram em transportes auto-sustentáveis, edifícios inteligentes e outros projectos de infra-estruturas que visam melhorar o nosso ambiente e promover as fontes de energia renováveis, bem como a capacidade de sobreviver num ambiente inteligente.

5. Como crê que serão as cidades do futuro?

Eu imagino que uma futura cidade inteligente irá envolver a criação de estruturas resilientes, que protejam as comunidades da devastação causada pelas condições meteorológicas extremas, pela poluição e pelas catástrofes, de origem humana e natural, ao mesmo tempo que protegem o ambiente de emissões e resíduos, nomeadamente através de uma produção sustentável e responsável numa economia circular.

6. Com o objectivo de melhorar a segurança nas cidades, a PARTTEAM & OEMKIOSKS desenvolveu uma solução que incorpora drones e quiosques multimédia e que funciona como um sistema de vigilância. A seu ver, como é que os drones podem contribuir para o desenvolvimento das cidades?

Apesar de parecer um bom sistema inicialmente, penso que há uma série de coisas a ter em consideração, tais como a forma como o drone será utilizado, que informação irá registar, como serão utilizados os dados, como será o drone programado e quando será utilizado. O tempo seria determinante para se saber quando podem ser pilotados.

No Canadá, o Transport Canada começou a desenvolver novas regras para efeitos de utilização de drones. Organizações como a Canadian Standards Association, Terranova Defense Solutions e Drone Think Do estão a procurar soluções autónomas para a evolução da cidade inteligente. No entanto, como as temperaturas no Canadá são muito mais frias do que noutras partes do mundo, isto irá impedir o ciclo completo de utilização desta tecnologia no exterior (neste momento).

Dito isto, os drones poderiam ser uma parte significativa do crescimento inteligente da cidade a partir de uma utilização autónoma, controlada em interiores apenas para monitorização de várias necessidades e requisitos de segurança.

7. Para além disto, é presidente e CEO da Climatopolis. Em que consiste este projecto e qual o objectivo do mesmo?

O projecto global da Climatopolis Corporation, operando como Climatopolis Canada, consiste em desenvolver uma cidade inteligente de cerca de 200 acres (ou seja, cerca de 80 hectares), que será concebida para servir melhor o ambiente e o planeta e conceber novas tecnologias amigas do ambiente, que possam ajudar a garantir a sustentabilidade futura do planeta. Este projecto foi, assim, criado para reduzir a pegada de carbono, diminuir as emissões de CO2 e melhorar o nosso modo de vida – ajudando e protegendo as gerações vindouras.

A Climatopolis é um ecossistema interdisciplinar e internacional que visa acelerar a comercialização de tecnologias que beneficiem o ambiente, espécies e alterações climáticas. A nossa missão é fomentar a investigação, inovação, formação, financiamento, criação e desenvolvimento de startups para as transformar em empresas em crescimento ao serviço do desenvolvimento sustentável, da transição ecológica e energética e da protecção da biodiversidade. A nossa equipa de peritos e parceiros internacionais detectam startups e micro-projectos de investigação ambiental a nível mundial, que são frequentemente isolados devido à falta de recursos. A nossa missão é reuni-los e acelerar o seu desenvolvimento graças às nossas infra-estruturas e recursos financeiros, tendo em vista a eclosão da tecnologia verde e dos unicórnios do futuro. Graças às sinergias de conhecimento e know-how que emergem do nosso ecossistema de inovações, podemos oferecer ao mercado soluções ecológicas financeiramente acessíveis aos consumidores e rentáveis para os nossos investidores. O único vencedor é o futuro do nosso planeta.

8. Que desafios tem encontrado na luta pela sustentabilidade através das Smart Cities?

A construção de uma cidade inteligente, concebida especificamente para as alterações climáticas é um conceito novo. Finalizar este projecto e torná-lo um sistema globalmente reconhecido será um dos maiores desafios. Este será um processo longo e constante e poderá mostrar um retorno positivo do investimento ao longo de dez ou mais anos. Na América do Norte, a linha temporal esperada para gerar um retorno do investimento (ROI) é de três a cinco anos, o que não é tempo suficiente para criar uma propriedade intelectual legítima para trazer um retorno positivo em dinheiro.

Os desafios passam por encontrar pessoas que queiram salvar o nosso planeta e que estejam preparadas para investir. Há duas áreas totalmente diferentes abertas para esta discussão e, muito possivelmente, são grandes desafios para todos nós.

9. Como impulsionador das Smart Cities, e sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que tem a possibilidade de produzir mupis digitais, quiosques multimédia e outras soluções tecnológicas para cidades inteligentes, que relevância tem, na sua opinião, o digital na estratégia de uma empresa e/ou marca?

Nas cidades inteligentes, a relevância de uma estratégia digital baseia-se nas necessidades de uma cidade e na sua concepção central. Se a cidade em desenvolvimento for concebida para a sobrevivência humana a partir de todos os elementos, então a necessidade de requisitos digitais terá um papel benéfico para o ambiente, tanto para as necessidades de marca, como para fornecer as mensagens certas para as pessoas.

Para uma cidade inteligente concebida a pensar no ambiente e na redução do impacto dos efeitos das alterações climáticas, a necessidade de uma assinatura digital não é tão forte, pelo que o ambiente poderia beneficiar de uma interface digital que pudesse fornecer a informação necessária, mas com o intuito de expandir o conhecimento e a informação às pessoas envolvidas na introdução da mudança.

A solução é variada e seria necessário um estudo de caso para esta questão, que a PARTTEAM & OEMKIOSKS pode facilmente reconhecer nos exemplos que mencionei. Com este estudo, seria possível compreender a determinação para a marca digital e as estratégias digitais para as cidades inteligentes de amanhã.