Hugo Venâncio

1. É CEO da REATIA, uma startup lançada em 2018 que recorre à inteligência artificial e à programação neurolinguística para agregar informação sobre os imóveis que estão no mercado. Pode falar-nos um pouco da sua jornada e da sua experiência profissional?

A minha primeira experiência enquanto empreendedor surgiu no ano de 2008, quando decidi criar uma empresa que fornecia (e fornece) serviços para as agências imobiliárias. Nessa empresa aprendi como compreender os requisitos e necessidades do cliente e compreendi a importância que a tecnologia tem na solução e optimização do trabalho. Essa empresa cresceu ao ponto de se ter tornado um franchise de referência.

2. Como surgiu a ideia de criação da REATIA?

O facto de trabalhar todos os dias com consultores imobiliários e donos de agências imobiliárias permitiu-me conhecer uma grande lacuna no Real Estate. Pude verificar que, apesar do meio online ser uma fonte essencial para o dia-a-dia de qualquer consultor imobiliário, a qualidade e acesso a informação limpa e tratada era inexistente. Verifiquei que muitas das horas do seu dia de trabalho eram passadas a pesquisar online por imensos sites, onde a informação estava duplicada e, muitas das vezes, desactualizada (sobretudo em portais imobiliários).

A ideia da REATIA surgiu perante a necessidade de trazer transparência e qualidade de informação para um mercado que necessita dela para gerar mais e melhores negócios.

3. De que forma é que a REATIA se distingue no mercado imobiliário?

A REATIA é a maior base de imóveis de Portugal. A grande vantagem da REATIA é que agrega milhares de fontes/sites online e faz o seu tratamento diariamente.

Para além disso, a nossa tecnologia única no mundo permite que o trabalho de desduplicação seja feito sem recurso a interacção humana. Isso permite que os imóveis entrem mais rapidamente nas nossas listagens.

Para além do nosso utilizador poder aceder a uma listagem única e vasta, entregamos outras ferramentas dentro da REATIA, como é o caso da Análise de Mercado ou da Avaliação de Imóveis.

4. Fechou uma ronda de investimento no valor de um milhão de euros. Quais são os objectivos para a empresa?

A empresa provou em Portugal que somos uma mais valia para todos os intervenientes no Real Estate (Agências Imobiliárias, Portais, Fundos de Investimento, Banco), tornando-nos na plataforma metasearch de imóveis mais usada em Portugal.

A ronda de investimento servirá para aumentarmos os nossos recursos humanos (desenvolvimento, suporte e vendas) e para entrarmos em novos países europeus. Sempre com o mesmo objectivo: o de sermos líderes onde estivermos.

5. Que importância tem a inteligência artificial neste projecto?

A inteligência artificial (nas suas várias variantes) permite que o processo de identificação de imóveis, desduplicação e tratamento de dados seja feito sem recurso a intervenção humana. Isso possibilita-nos ter uma velocidade de tratamento elevadíssima, ao ponto de podermos tratar imóveis no próprio dia.

Como tal, permite que a empresa possa escalar para qualquer outro país, de forma rápida e certeira.

6. Como está a evoluir a REATIA?

A REATIA tem tido um crescimento espantoso. No início deste ano, contávamos com pouco mais de 1500 utilizadores profissionais. No final do mês passado (Outubro de 2020), tínhamos já mais de 8000. Sem dúvida que atesta a importância do nosso serviço.

7. Como empreendedor, que desafios tem encontrado ao longo do tempo?

Um dos desafios sempre frequentes relaciona-se com os recursos humanos, no recrutamento, em manter a cultura da empresa e valorizar a capacidade criativa e de inovação que os nossos funcionários aportam à empresa e ao negócio.

O que se verifica também são as elevadas cargas fiscais que as empresas têm de suportar aqui em Portugal e que nos retira alguma capacidade de sermos mais competitivos e ágeis.

8. Como encara o empreendedorismo na actualidade?

Vivemos uma época completamente atípica. Acredito que as empresas que conseguirem ser inovadoras, ágeis e com grande capacidade de adaptação às novas exigências e realidades terão sempre possibilidade de serem mais bem sucedidas face a tempos “normais”.

Acredito que a crise ainda está longe de passar e teremos o impacto destes meses de pandemia ainda por aferir.

9. O Hugo foi um dos 10 finalistas do Prémio João Vasconcelos. O que significa para si este reconhecimento?Esse reconhecimento não é só meu, mas de toda a minha equipa que acreditou numa visão e se dedicou em tornar uma realidade. Para mim, é mesmo isso. É um reconhecimento de que a visão deste negócio tem tido um impacto tremendo no nosso cliente, e por conseguinte, no crescimento da empresa.

Esse reconhecimento não é só meu, mas de toda a minha equipa que acreditou numa visão e se dedicou em tornar uma realidade. Para mim, é mesmo isso. É um reconhecimento de que a visão deste negócio tem tido um impacto tremendo no nosso cliente, e por conseguinte, no crescimento da empresa.

Quando iniciamos um projecto, a probabilidade de algo correr menos bem é sempre maior do que a de correr bem. Depois de um início difícil, de muito trabalho, sacrifício e abnegação, o facto de estar nos 10 finalistas do Prémio João Vasconcelos foi um reconhecimento de que valeu a pena.

E a nossa história ainda está no início.

10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS líder no desenvolvimento de mupis digitais e quiosques multimédia para o mercado internacional, qual a sua opinião sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS e sobre a importância do digital nos dias que correm?

​Nos tempos que correm, o digital é fundamental para a notoriedade das marcas e para a forma como comunicam com os seus clientes. A PARTTEAM & OEMKIOSKS possui uma reputação inquestionável e o valor que aporta para os seus clientes e negócios é de uma grande mais valia. As marcas necessitam de comunicar mais e melhor e a PARTTEAM & OEMKIOSKS tem sido um player fundamental para isso.