Bruno Macedo
Head of Delivery Implementations na fiveºdegreesConsiderado um dos 50 principais líderes de pensamento e influenciadores de Fintech do mundo, Bruno Macedo é, actualmente, head of delivery implementations na fiveºdegrees, fundador da FusionAlgo, coordenador da AFIP – FinTech e InsurTech Portugal, speaker, advisor e influencer.
Anteriormente, foi fundador e CEO da Macscribus, exerceu funções de gestor de produto na Fincite, docente e chefe de divisão no ISEG – Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa, gestor de projecto na Kalam Research and Media, editor chefe no Jornal de Ciência e Tecnologia da Informação de Washington DC, investigador em Gestão de Sistemas de Informação e Segurança da Informação no Instituto de Informação de Washington DC, consultor de Business Intelligence na PwC cundus AG.
Licenciado em Economia, mestre em Gestão de Sistemas de Informação e a terminar o Doutoramento em Gestão, Bruno Macedo é um dos convidados especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.
1. Com um extenso currículo, pode falar-nos um pouco sobre a sua jornada e experiência profissional, bem como dos cargos que ocupa actualmente?
É uma pergunta difícil, mas da qual eu me orgulho muito, pois tem sido uma viagem bem interessante. Comecei desde cedo a trabalhar em diversos empregos de Verão como qualquer jovem, desde restauração, trabalhos em informática e até gestão temporária de uma colónia de férias em França.
Durante os meus estudos na Universidade Técnica de Lisboa (onde tirei a licenciatura, pós-graduação e mestrado), trabalhei maioritariamente no Instituto Superior de Economia e Gestão como chefe de divisão do centro de informática, investigador, docente em várias disciplinas e, por fim, também exerci funções como membro do conselho de escola do ISEG. Durante 13 anos, estudei, leccionei e trabalhei para o ISEG, aproveitando também para fundar a minha primeira empresa – a Macscribus –, na área de consultadoria de investigação.
Em 2013, saí para Duisburgo (Alemanha) para trabalhar como consultor em “Business Inteligence“, mantendo sempre as minhas funções de investigador e docente no ISEG.
Em 2014, saí a convite urgente para Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), onde ajudei a criar e coordenar um centro de Cibersegurança e Contra Violência Extrema nas áreas do Norte de África e Médio Oriente, cooperando com vários governos e organizações internacionais na procura de variadas soluções digitais desde cibersegurança, segurança nacional, Fintech e e-governance.
Após completar o projecto, voltei para Frankfurt (Alemanha) para ajudar a criar e lançar uma Fintech na área de roboadvisory (investimentos auxiliados por algoritmos) para bancos e instituições financeiras. Foi nessa altura que iniciei a minha carreira como speaker, advisor e influencer na área de Fintech e Digital Banking (criando o projecto FintechStateofMind, que me lançou um pouco por todo o Mundo).
Em 2017, mudei-me para os Países Baixos para trabalhar como Head of Implementation Delivery e Thought-Leader na five°degrees (uma empresa que desenvolve software de cloud digital core banking), sem nunca deixar de leccionar e aproveitando para desempenhar funções como coordenador na AFIP (Associação Fintech Insurtech Portugal) e como Mentor na StartupBootCamp Amsterdam.
No final de 2020, ganhei coragem para fundar em paralelo uma nova empresa, a FusionAlgo, que desempenha serviços na área de Augmented Intelligence.
2. Tendo em conta as suas variadas funções, qual é aquela que o preenche mais a nível profissional?
Tenho duas. Eu costumo brincar que sou como um super herói. Tenho estas duas identidades: das 08h00 às 17h00 estou na five°degrees como head of delivery implementations e a partir das 17h00 ocupo o meu tempo na FusionAlgo e como speaker, advisor e influencer.
3. Como se gerem todas estas responsabilidades?
Não é fácil. Tem muitos custos a nível pessoal e exige um gosto pelo que faço, bem como uma disciplina rigorosa. Depois de anos na Alemanha e nos Países Baixos, estou bem melhor que há uns anos, mas ainda não está perfeito, nem perto disso. As reuniões e compromissos são executadas ao minuto e adiadas se houver algum desvio, mesmo que de poucos minutos, por forma a não criar “bolas de neve”.
É um rigor que vai sendo cada vez mais apertado e que penso que, sem o qual, não seria possível coordenar tudo. Também aprendi a usar duas coisas: a primeira é a palavra “não”, a dizer “não vou conseguir, não tenho tempo” ou mesmo “não o vou fazer”. Pode ser difícil usá-la, mas é importantíssimo. A segunda é uma espécie de matriz mental de “importante vs urgente” que tenho e que me guia, por forma a tentar gerir expectativas com as pessoas com quem trabalho e com aquelas que fazem parte da minha vida pessoal.
Por último, é importante referir que é uma aprendizagem contínua e que requer que quem trabalhe e vive comigo perceba e compreenda.
4. Como é que operam as empresas Fintech?
As empresas Fintech são um fenómeno relativamente recente, tendo surgido com a crise financeira de 2008. São essencialmente empresas tecnológicas viradas para a área financeira. A grande maioria é pautada por uma maneira de trabalhar extremamente ágil, apoiada em inovação e tecnologia e orientada aos dados. Isto, porque procuram romper com o modelo tradicional das empresas financeiras e do sector bancário mais acostumados a um passo bem mais lento e cauteloso.
Nos últimos anos, o facto de ter existido um enorme sucesso na área das Fintech e um enorme investimento, deu-se origem a uma geração completamente nova de sub-indústrias (Paytec, Wealthtec, Regtech, etc.) e empresas que por si acabaram por criar também novos tipos de profissionais que são uma mistura de conhecimentos em tecnologia, banca e sectores financeiros, software, regulação e consultadoria.
5. Crê que se tem assistido a uma evolução destas empresas? Que desafios têm encontrado?
Sim, sem dúvida. Costumo descrever a área de Fintech como a “Tempestade Perfeita”, com mais de 12 mil Fintechs criadas nos últimos anos. Na prática, o que antes eram departamentos de um grande banco são agora autênticas indústrias interligadas e de rápida evolução tecnológica e reguladora.
É muito difícil hoje em dia conseguir acompanhar todas as áreas, jargões, regulação, inovações e serviços disponíveis dentro da indústria Fintech. É mais difícil ainda com o abrir do acesso aos dados com o fenómeno de APIs massificados, open banking e o ter de regular essa abertura com constantes regulações como RGPD e outros.
Ao longo do caminho, o que tenho encontrado como o maior desafio traduz-se no facto de sermos empresas novas, com tecnologia, estratégias, métodos e profissionais “novos” a mexer com uma indústria financeira e bancária milenar, que se procura sempre manter segura e eficiente pois tem um enorme impacto no dia-a-dia de todos.
6. Como é que as empresas Fintech podem revolucionar o mercado financeiro?
Como referido, existem inúmeras áreas onde as Fintech têm revolucionado o mercado financeiro (veja-se o impacto da tecnologia blockchain, por exemplo, em criptomoedas ou o fenómeno dos neobanks como a Revolut e o N26), pois na sua génese as Fintech usam a tecnologia e o acesso a dados para gerarem novos serviços.
A título de exemplo, estas são apenas algumas das novas indústrias criadas pelo fenómeno Fintech: Taxtech, Regtech, Insurtech, Proptech, Pensiontech, Wealthtech, AdvisoryTech, Tradetech, Banktech (CoreBanking), Paytech. Só a área de pagamentos é enorme, havendo hoje em dia empresas dessa área bem superiores a bancos em facturação e peso de mercado.
As Fintechs com maior peso na revolução do mercado financeiro são, sem dúvida, as que conseguem criar soluções “cognitivas” que se apoiam nos dados para criarem novos serviços ultra-personalizados e que trocam o poder de decisão e controlo para o cliente (na prática empoderam os mesmos).
7. De que forma é que a fiveºdegrees se consegue distinguir no mercado?
A five°degrees tem-se distinguido pela sua experiência e conhecimento na área bancária aliada à sua capacidade de ligar o “Mundo legado“ ao Mundo “actual e futuro” dos bancos e instituições financeiras. Ao oferecer a nossa plataforma digital de corebanking (Matrix) extremamente completa e integradora, a five°degrees consegue responder não só aos bancos e instituições financeiras existentes que querem dar o salto digital, como também aos novos(as) que querem entrar no mercado já com uma ferramenta e apoio compatíveis com os desafios actuais e futuros.
8. Foi considerado um dos 50 principais líderes de pensamento e influenciadores de Fintech do mundo. O que significa este reconhecimento para si?
Para mim é, sem dúvida, o meu maior feito dos últimos anos e celebrei como se tivesse acabado o curso numa universidade. É fruto do trabalho de anos, horas a fio que desempenho no meu tempo pessoal, sem agências de RP ou qualquer investimento monetário e totalmente assente em amigos, família, colegas, seguidores e na tentativa de partilha de conhecimento. É gratificante conseguir passar conhecimentos nestas temáticas e atrair novos interessados, mas reconheço que devo grande parte a quem me apoia e partilha. Sem eles e elas não o alcançaria.
9. Que projectos tem em mente para o futuro?
A FusionAlgo é uma paixão antiga que me faz trazer a tecnologia e a potencialidade da Augmented Intelligence e outras tecnologias Cloud à comunidade em geral. Sem dúvida que lhe dedicarei grande parte do meu futuro. Para além disso, gostava de acabar o meu doutoramento, escrever um livro e, claro, voltar a Portugal, se possível.
10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS líder no desenvolvimento e exportação de mupis digitais e quiosques multimédia para o mercado internacional, qual a sua opinião sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS, os seus produtos e a sua estratégia de internacionalização?
Tenho acompanhado a PARTTEAM & OEMKIOSKS nos últimos anos. Acho que tem tido uma evolução extraordinária ao ver os seus produtos e serviços espalhados um pouco por todo o mundo. Isto sem esquecer o lado humano, pois em qualquer publicação do CEO ou da empresa, toda a equipa é mencionada como a alma da empresa e a razão do seu sucesso.
Com o sucesso global a que tenho assistido, só posso dizer que me parece que tem sido uma estratégia acertada e claro que terá sempre de se adaptar.
Eu espero que, no futuro, a FusionAlgo também possa fazer parte do seu ecossistema.
Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.
O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.
A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.
Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.