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Miguel Soares, CEO da PARTTEAM & OEMKIOSKS, em entrevista sobre os 12 meses de COVID

Miguel Soares

CEO da PARTTEAM & OEMKIOSKS

A tecnologia como alavanca para a inovação

Um ano depois do início da pandemia do COVID-19, Miguel Soares, CEO da PARTTEAM & OEMKIOSKS, faz uma reflexão do que foram estes meses a nível pessoal e profissional, tendo como foco as mudanças sentidas na PARTTEAM & OEMKIOSKS.

Ciente de que a PARTTEAM & OEMKIOSKS pode ter um grande impacto junto de clientes e parceiros, Miguel Soares pretende garantir que se continuem a encontrar novas soluções adaptadas à nova realidade.

1. Em primeiro lugar, como é que o Miguel e a sua família têm lidado com estes tempos pandémicos?

Como todos, em todo o mundo, tive de me adaptar pessoalmente a esta realidade que vivemos num período de COVID, com muitos confinamentos, com muitas restrições e, acima de tudo, com muita paciência. Tento cumprir o que foi decretado pelo nosso governo ou pela Direcção-Geral da Saúde. Penso que todos temos um papel muito importante em não espalhar este vírus e tento fazer a minha parte.

2. Pode falar-nos um pouco sobre si, sobre a sua carreira e sobre como fundou a PARTTEAM & OEMKIOSKS?

Há traços de personalidade em cada um de nós que nos orientam para certos caminhos. Sinto que o meu caminho teria de ser sempre o de ser um homem de negócios, empresário ou empregador, uma vez que sempre senti a necessidade de liderar. Mesmo em criança, poderia fazer com que as pessoas mais velhas me seguissem e/ou aceitassem muito facilmente as minhas decisões. Então, já na minha juventude, estava sempre ligado a projectos que, de alguma forma, precisavam de uma veia empreendedora.

Depois de me formar em Engenharia Electrónica Industrial, fiz um estágio numa empresa de telecomunicações, tendo como projecto de estágio o redesenho de uma placa electrónica, para estabelecer a comunicação entre médicos e pacientes numa sala de espera, através de uma central telefónica. Penso que já nessa altura, porque demonstrei capacidade não só para fazer o que me tinha sido atribuído, mas também para procurar avidamente o conhecimento de outras áreas dessa empresa, foi-me concedida a oportunidade de liderar o processo de investigação de um novo produto que pudesse alavancar os negócios da empresa, nomeadamente em sectores onde esta não estivesse presente.

Foi assim que identifiquei um produto que muitas empresas privadas e públicas estavam a precisar e encontrei uma empresa que fabricava sistemas de atendimento. Nessa altura, realizei todo o processo de candidatura a revendedor, formalizando o contrato de revendedor, iniciando o processo de venda e estabelecendo objectivos técnicos e comerciais, que incluíam a configuração dos sistemas e a formação. Os resultados foram tão positivos, em termos de vendas, que levaram a empresa a quem comprámos os produtos a fazer-me uma proposta para me juntar a ela, como técnico/comercial.

Nesta empresa, procurei aprofundar o meu conhecimento de todos os sectores e departamentos, fornecendo apoio a toda a estrutura comercial, técnica e também de marketing (fruto do meu interesse e do conhecimento autodidacta aprendido). A empresa em questão decidiu abrir uma delegação em Lisboa e fui escolhido para liderar esta abertura, trabalhando, como costumo dizer, no “one man show”, uma vez que fiz todo o trabalho técnico (instalação e formação), comercial (gestão de clientes, redacção de propostas e apoio ao cliente), colecções, etc.

Durante o período de abertura da filial de Lisboa desta empresa, e apenas 18 meses após ter deixado a universidade, percebi que já tinha sob a minha responsabilidade todas as funções que seriam eventualmente necessárias para ter uma empresa, e foi neste sentido que idealizei a empresa PARTTEAM & OEMKIOSKS. O pensamento lógico na altura era o seguinte: “Já conheço bem o produto, já conheço os clientes que possam precisar deste produto; por isso vou iniciar uma empresa para vender sistemas de atendimento, onde já tenho muito know-how e experiência”.

3. Como é que a PARTTEAM & OEMKIOSKS inova?

A inovação, seja técnica, criativa ou no âmbito do desenvolvimento e processos, acrescentada ao conhecimento acumulado ao longo dos anos, é hoje um factor de diferenciação da PARTTEAM & OEMKIOSKS e um pré-requisito em tudo o que fazemos e desenvolvemos.

É com grande entusiasmo que a PARTTEAM & OEMKIOSKS aumentou a sua capacidade de produção e escolheu a inovação como um pilar do seu desenvolvimento.

Presente em mercados como o Reino Unido, Espanha, Arábia Saudita, França, Israel, Turquia, República Checa e outros, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é reconhecida internacionalmente como fabricante de quiosques interactivos e mupis digitais, e os resultados deste investimento internacional fizeram da empresa o que ela é hoje: uma empresa em crescimento e expansão.

4. Como é que a pandemia do COVID-19 afectou o negócio e como é que lidou com isso?

Esta pandemia trouxe uma nova realidade a todas as empresas e nunca antes a digitalização tinha sido tão crítica para as empresas e comércios locais. Felizmente, dado que a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa tecnológica, adoptou sempre uma realidade digital internamente, pelo que esta adaptação foi feita naturalmente.

A PARTTEAM & OEMKIOSKS está sempre na vanguarda da tecnologia, procurando e desenvolvendo novos produtos e inovações, com o foco no consumidor. Actualmente, estamos a desenvolver soluções que combinam a tecnologia com o ambiente, a saúde e o bem-estar, pelo que até criámos uma nova marca – Hambire. Esta linha inclui, por exemplo, purificadores digitais de cidade, quiosques de distribuição de gel com sensor de temperatura corporal, equipamento de desinfecção utilizando UV-C e túneis de desinfecção.

Desenvolvemos o que pensamos ser o primeiro mupi digital com tecnologia de desinfecção automática da superfície táctil – neste caso, o vidro touch – que equipa o modelo AVENUXYS e pode ser adaptado a qualquer outro quiosque touch.

Para além da linha Hambire e dos mupis digitais com sistemas de desinfecção por luz ultravioleta, temos vindo a desenvolver outras soluções adaptadas a esta realidade. Em primeiro lugar, temos um sistema chamado “Contacto Zero”, cujo principal objectivo é ajudar todas as empresas, especialmente as micro-empresas e as empresas locais, a reabrir os seus negócios de uma forma mais segura. Este sistema vem sob a forma de medidas de distanciamento social e de low touch, para que as pessoas evitem tocar nos objectos. Inclui, assim, soluções mais seguras para o atendimento e gestão de filas de espera, permitindo aos clientes levantar os seus bilhetes sem a necessidade de contacto físico, seja por SCAN, QR CODE, SMS, Voz, Sistema de Sensor, Gestos, Portier ou Web Queue.

Portanto, podemos dizer que a pandemia nos obrigou a inovar e a adaptar os nossos projectos à nova realidade.

5. Teve de tomar decisões difíceis? Que lições conseguiu retirar?

Creio que, num primeiro momento, todos nós tivemos efectivamente de parar ou, pelo menos, “abrandar”. Esta situação de saúde que surgiu forçou o confinamento de pessoas e a activação de planos de contingência e contenção de empresas.

A PARTTEAM & OEMKIOSKS, por exemplo, foi muito rápida a agir. Eu próprio tenho uma visão muito particular sobre esta questão. A frase “a economia não pode parar” é demasiado obstrutiva na minha maneira de ver as coisas. Vejo-a de forma diferente. A economia tem de parar se tiver de parar para que todos nós possamos sobreviver. De que serve a economia não parar e milhões de pessoas morrerem em todo o mundo? Obviamente o oposto também é verdade, mas penso que em todo o mundo é possível manter algum estado de “suspensão” para diminuir o risco. E foi isso que aconteceu. Claro que as empresas sofreram e estão a sofrer muito com esta “paragem forçada”, mas estou certo de que, numa economia global, todos vamos precisar de todos e em breve teremos empresas, especialmente as necessárias, a operar de forma normal e provavelmente até com outras formas de “trabalho” que foram entretanto descobertas – como o teletrabalho. Será apenas uma questão de adaptação aos novos tempos que se avizinham. Como sempre tem acontecido nos negócios e na economia, só os mais fortes sobreviverão.

6. Que ferramentas específicas, softwares e habilidades de gestão usou e está a usar para gerir esta crise?

Embora esteja actualmente em vigor um conceito de Touch Less ou mesmo Contacto Zero, a empresa acredita que o futuro tem muito a ver com touch, self-checkin, self-buy, ou seja, tudo o que permite às pessoas realizarem operações da forma mais confortável e rápida possível e, na maioria dos casos, com o mínimo de interacção e intervenção das pessoas. E, neste capítulo, a PARTTEAM & OEMKIOSKS continua (e continuará) a desenvolver novos conceitos, ideias e produtos, precisamente para satisfazer estas necessidades.

Continuamos a desenvolver quiosques digitais interactivos, bem como mupis digitais. Temos também os quiosques self-service (QSS) para emissão de bilhetes (máquinas de venda automática de bilhetes), que permitem um serviço mais rápido, com menos custos e em qualquer lugar. Além de proporcionarem mais comodidade, reduzem as filas de espera, permitem pagamentos self-service para diferentes sectores e melhoram a experiência do cliente.

7. Quem é que é a concorrência? Como planeia a PARTTEAM & OEMKIOSKS destacar-se?

Temos muita concorrência internacional, mas estamos a distinguir-nos pela qualidade dos nossos produtos, pelas nossas inovações e também pela elevada capacidade técnica que alcançámos em 21 anos de actividade. Ao mesmo tempo, os nossos concorrentes são o impulso que nos leva a continuar a melhorar, a inovar, a encorajar as nossas equipas.

Conseguimos destacar-nos porque desenvolvemos produtos e soluções personalizadas para cada cliente, empresa, parceiro ou distribuidor. Neste momento, temos cerca de 115 modelos diferentes de equipamento para apresentar aos nossos clientes. A verdade é que mais de 90% da nossa produção não é equipamento original, ou seja, há sempre adaptações e personalizações porque os clientes querem sempre adaptações. Fazemos um “fato personalizado” e somos extraordinariamente rápidos a fazê-lo.

Além disso, desenvolvemos software e aplicações interactivas que melhor equipam os nossos quiosques e mupis digitais, especialmente feitos para o cliente.

8. Para terminar, o que gostaria de acrescentar?

Nos últimos meses, a missão de PARTTEAM & OEMKIOSKS tem sido a de encontrar novas soluções adaptadas à nova realidade. Estamos cientes de que podemos ter um enorme impacto junto dos nossos clientes e parceiros.

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