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Rui Silva Rebelo - Project Manager de Soluções Digitais na Agência para o Desenvolvimento e Coesão, IP-AD&C

Rui Silva Rebelo

Project Manager de Soluções Digitais na Agência para o Desenvolvimento e Coesão, IP-AD&C

Rui Rebelo é, atualmente, Gestor de Projetos de Transformação Digital na Agência para o Desenvolvimento e Coesão (AD&C), um instituto público com jurisdição em todo o território Nacional, que tem por missão coordenar a política de desenvolvimento regional e assegurar a coordenação geral dos fundos europeus estruturais e de investimento (FEEI).

Anteriormente, exerceu funções como Responsável pela Divisão de Sistemas de Informação nos Serviços de Acção Social da Universidade do Minho.

É formado em Engenharia Informática e possui o Curso Especializado de Alta Direção em Administração Pública (CADAP).

1. O Rui tem um vasto percurso profissional. Pode falar-nos um pouco sobre a sua jornada e sobre a sua experiência profissional?

O meu percurso profissional iniciou-se em 2001, na empresa SQÉDIO, onde desempenhei a função de webmaster, ainda antes de concluir o Bacharelato em Engenharia Informática. Esta oportunidade surgiu no âmbito de um estágio, após concluir um curso de formação profissional na área da Programação, Web Design e Multimédia.

Em 2003 iniciei funções no Gabinete de Apoio Informático da Presidência da Escola de Engenharia da Universidade do Minho, onde, durante 4 anos, tive a oportunidade de evoluir imenso enquanto profissional e, em simultâneo, terminar a Licenciatura em Engenharia Informática.

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Posteriormente, em 2007, fui transferido para os Serviços de Acção Social da Universidade do Minho (SASUM), e em 2014 fui nomeado Responsável pela Divisão de Sistemas de Informação.

Neste período, até ao final do ano de 2021, assumi várias funções, com especial destaque para o planeamento e implementação de projetos tecnológicos e de modernização administrativa, gestão da infraestrutura tecnológica, e coordenação dos recursos humanos afetos à Divisão.

No âmbito do consórcio UNorte.pt, constituído pela Universidade do Minho, a Universidade do Porto e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, fui Gestor de vários projetos de transformação digital financiados pelo Sistema de Apoio à Modernização Administrativa (SAMA), nomeadamente: “EGO-SAS – Excelência na Gestão Operacional nos Serviços de Acção Social do Ensino Superior em Portugal” e “CO3+ - Transformação Digital nos SAS da UNorte.pt”, cujo montante global, nas 3 instituições, ascendeu a 3 milhões de euros.

Em 2018 fui nomeado líder da equipa para implementação e acompanhamento do Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) nos SASUM.

No âmbito dos Sistemas de Gestão da Qualidade, integrei a equipa que certificou os SASUM nos referenciais normativos NP EN ISO 9001:2015, NP EN ISO 14001:2015 e NP EN ISO 22000:2018, com a função de Gestor do Processo de Infraestruturas Tecnológicas.

Ainda no âmbito de projetos que promovem a excelência organizacional e a melhoria contínua, tive a oportunidade de liderar o projeto que permitiu aos SASUM obter o reconhecimento da Associação Portuguesa para a Qualidade (APQ) com o selo “Committed to Excellence da EFQM (European Foundation for Quality Management)” e o reconhecimento da Direção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) com o selo "Effective CAF User".

Tive ainda a oportunidade de integrar o Comité Organizador, na qualidade de Vice-Presidente para a área de Sistemas de Informação e Comunicação, em quase uma dezena de eventos desportivos internacionais organizados pela Universidade do Minho, nas cidades de Braga e Guimarães.

2. Trabalha na Agência para o Desenvolvimento e Coesão. Em que consiste a sua função e o que faz realmente a organização?

Atualmente, apesar de continuar a pertencer ao quadro de pessoal dos SASUM, integro em regime de mobilidade a Unidade para o Digital da AD&C.

Tenho como função a gestão de projetos de transformação digital com impacto a nível Nacional, nomeadamente, projetos relacionados com os sistemas de informação que servirão de suporte à submissão e monitorização das candidaturas do próximo quadro comunitário de apoio - PT2030.

Neste momento, estou também a acompanhar o desenvolvimento de uma plataforma web de âmbito Nacional, que será apresentada brevemente, e que agregará, sistematizará e divulgará a soma dos benefícios disponibilizados em cada município do País, a empreendedores e famílias, num projeto conjunto entre a AD&C e o Ministério da Coesão Territorial.

3. Esteve muito ligado ao Departamento de IT da Universidade do Minho. De que forma é que esta experiência contribuiu para o seu cargo actual e para os seus conhecimentos técnicos?

A experiência profissional adquirida ao longo do meu percurso na Universidade do Minho foi fundamental para as funções que exerço atualmente na AD&C, em particular o trabalho desenvolvido no âmbito do consórcio UNorte.pt. No entanto, a área de atuação das duas organizações é muito díspar e exige uma adaptação à área de negócio da AD&C relacionada com a gestão dos fundos europeus, que é muito abrangente e complexa.

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4. Crê que a área tecnológica está em crescimento?

Sim, a tecnologia entrou nas nossas vidas em todos os aspetos, pelo que é inevitável que as empresas e as instituições olhem para esta área numa perspetiva estruturante do seu negócio.

Uma evidência deste crescimento é o facto que, das 4263 empresas que foram criadas em janeiro de 2022, o setor das tecnologias de informação e comunicação foi o único em que o número de novas empresas cresceu face aos números de janeiro de há 2 anos, antes da pandemia COVID-19. Este é apenas um dado que demonstra a enorme vitalidade deste setor.

Também nos últimos relatórios da International Data Corporation (IDC), recentemente divulgados, são revelados dados que demonstram a tendência crescente da área tecnológica. Entre eles posso destacar o facto de mais de 50% do PIB já ser influenciado pelo digital.

Além disso, verificou-se, pela primeira vez na história, uma correlação inversa entre o crescimento do setor das tecnologias de informação (TI) e a economia, ou seja, em 2020 o mercado das TI cresceu cerca de 3% a nível mundial, apesar da quebra de quase 5% do PIB. Em Portugal, onde a quebra do PIB foi maior, quase 10%, o mercado das TI cresceu próximo de 2%.

No Setor Público existem também evidências da centralidade que a área tecnológica tem na atualidade. Uma delas é o facto do Governo ter incluído no seu programa a Transição Digital como um dos quatro desafios estratégicos para o próximo quadriénio, aos quais o País necessita dar resposta, a par da emergência climática, da resposta ao desafio demográfico e do combate às desigualdades.

Em suma, acredito que o mundo é, e será cada vez mais, profundamente tecnológico e que nem o período de grande instabilidade que estamos a viver atualmente, (com uma guerra a acontecer na europa, e a subida da taxa de inflação para níveis muito acima dos esperados), irá pôr em causa este crescimento.

5. Sempre esteve ligado à área da informática e, portanto, da tecnologia. É algo que o apaixona? De que forma?

Sim, sempre estive ligado à área da informática e o meu primeiro contacto com a tecnologia foi no final dos anos 80, ainda adolescente, quando os meus pais me ofereceram um Sinclair ZX SPECTRUM 128k, já com drive de cassetes integrado, o que, para a época, significava uma grande evolução. Foi nessa altura que escrevi as primeiras linhas de código na linguagem de programação basic.

Desde então, sempre tive como objetivo ter um percurso profissional associado à área tecnológica. Sou um fervoroso entusiasta pela tecnologia, inovação, transformação digital, modernização administrativa, simplificação de processos, e tudo que está direta ou indiretamente associado. No entanto, interesso-me também pelas questões que estão relacionadas com o impacto que estas transformações têm nos ecossistemas onde são aplicadas e na sociedade em geral, em contextos mais abrangentes.

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6. Construir melhores relações com as pessoas ao nosso redor pode ser um objectivo muito produtivo dentro das organizações, a fim de alavancar o potencial de uma equipa. Qual seria o seu melhor conselho para atingir este objectivo?

No meu entender, este será o maior desafio que as organizações terão no futuro, em particular as da área tecnológica. Considerando a escassez de profissionais que se perspetiva para o futuro e a adoção de novos modelos de trabalho (remoto, híbrido) num mercado globalizado, será cada vez mais difícil reter talento ou criar uma cultura organizacional que estimule e potencie o espírito de equipa nas organizações.

A maior riqueza das organizações é o seu capital humano, por isso, equipas melhor relacionadas, motivadas e comprometidas serão um fator determinante para o sucesso e para a manutenção de altos níveis de produtividade.

Para tal, será fundamental que existam lideranças verdadeiramente inspiradoras, que orientem as equipas de forma positiva, que tenham a capacidade de comunicar com assertividade, que consigam transformar em sucessos as dificuldades e os desafios que parecem inatingíveis, realçando a importância de uma atitude construtiva em prol dos interesses coletivos, e em que o foco esteja nas soluções e não nos problemas.

As organizações modernas devem privilegiar cada vez mais as relações interpessoais, e é neste contexto que o recrutamento assume um papel fundamental para o sucesso de uma organização. Já não é suficiente contratar bons profissionais, competentes tecnicamente, especialistas numa determinada área, é necessário também contratar pessoas com boas competências comportamentais, que sejam capazes de constituir uma boa equipa, de sentir a organização e de transmitir uma energia positiva.

O mundo quer que se use tecnologia, mas, no final, é tudo sobre pessoas. Quanto mais tecnológico, mais relevância tem o fator humano.

7. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que tem a possibilidade de produzir mupis digitais, quiosques multimédia e outras soluções tecnológicas, que relevância tem, na sua opinião, o digital nos dias de hoje?

A transformação digital, a inovação e a eficiência são fatores determinantes para que as empresas possam ser mais competitivas e crescer de forma estruturada, num contexto em que a concorrência é cada vez mais agressiva e global.

A capacidade que as organizações terão para efetuar a transição para o digital, vai determinar quem se mantém no mercado e quem não será capaz de o fazer.

8. Que projectos tem em mente para o futuro?

Neste momento estou em fase de candidatura a um curso de Mestrado na Universidade do Minho. Acredito, por isso, que nos próximos 2 anos irei dedicar algum do meu tempo à consolidação de conhecimentos e competências nas áreas de Gestão Pública e Políticas Públicas, como complemento à minha formação inicial de base tecnológica.

Tenho também como objetivo, a curto prazo, obter a certificação profissional Scrum Master e desenvolver um estudo relacionado com a proteção de dados pessoais, a privacidade no digital e os impactos do cibercrime para as organizações e para os cidadãos. Foi uma temática na qual investi muito do meu tempo nos últimos anos, após ter sido nomeado líder da equipa para implementação e acompanhamento do RGPD nos SASUM, e da qual gostei particularmente.

No plano profissional, neste momento, estou totalmente focado em dar o meu contributo para que a AD&C consiga implementar o ambicioso “Programa Operacional para o Digital (#POD)” que definiu como objetivo até 2024. Sinto um enorme estímulo por poder contribuir para que a AD&C continue a ser na Europa uma referência na coordenação dos fundos, bem como para a concretização da transformação digital na nova AD&C 2030. Considerando, no entanto, que me encontro em regime de mobilidade até ao final do ano de 2022, espero, até ao término deste período, obter mais informações sobre o contexto organizacional e perspetivas de futuro, quer na AD&C, quer nos SASUM, para estar mais seguro sobre a decisão que terei que tomar sobre o meu futuro.

Relativamente ao bem-estar pessoal, também muito importante, espero ter condições para continuar a praticar Bodyboard, o desporto pelo qual me apaixonei há mais de 30 anos, que me dá o equilíbrio entre a saúde física, mental e emocional, fundamental para encarar o meu dia-a-dia de forma mais positiva.

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Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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