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Rui Martins Ferreira - Fundador e CEO de O Processo

Rui Martins Ferreira

Fundador e CEO de O Processo

Rui Martins Ferreira é o fundador e CEO da agência de marketing digital O Processo. Além disso, é formador de nutrição e conversão de leads na Factory Braga.

Anteriormente, exerceu as funções de Digital Marketing strategist na HUND; e-commerce strategist na IndieNote; e-commerce project manager na Sonae MC; operations manager na Sotubos e Ferro&Aço; e de sales & marketing assistant na Sumol+Compal Moçambique. Criou também um blog denominado “Searching For Lotus”, juntamente com um amigo, onde contava histórias da sua viagem de três meses por oito países do Sudeste Asiático.

Licenciado em Gestão, pós-graduado em Economia Industrial e Empresarial e com formações em Psicologia Avançada, Web Marketing e Marketing orientado a dados e análises, Rui Martins Ferreira é um dos convidados especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. Apesar de ter formação académica em Gestão, decidiu enveredar pela área do Marketing. Pode falar-nos um pouco sobre a sua jornada e experiência profissional?

Eu escolhi Gestão porque me via a ter uma empresa no futuro. Não sabia exactamente se isso ia acontecer, até porque também me via a trabalhar numa grande empresa, mas era uma ideia de que gostava muito.

Como Gestão me parecia suficientemente geral para ter várias opções, achei que seria uma boa escolha.

Depois do curso, o meu percurso não foi logo para o Marketing, embora no curso eu já tivesse tido várias cadeiras de Marketing.

Por alguma razão, não se fez logo o clique. Eu suspeito que isso tenha acontecido porque o que era leccionado parecia ter pouca ligação à realidade que eu conhecia ou antecipava. Falávamos muito em grandes estudos, inquéritos, grupos de foco, algo com o seu valor, mas muito longe do que eu perspectivava precisar no futuro e, ainda mais longe, da imagem que tinha do que era o Marketing, mais relacionado com Comunicação.

Rui Martins Ferreira - Fundador e CEO de O Processo - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS

Depois do curso, fui então tirar uma pós-graduação em Economia Industrial e da Empresa, porque essa pós-graduação tinha aulas de Liderança, Comunicação e Negociação, algo novo para mim e que me despertava muito mais interesse do que outras cadeiras noutras pós-graduações.

Depois da pós-graduação, fui para Moçambique durante dois anos, primeiro na Sumol+Compal como estagiário Inov e depois numa empresa luso-moçambicana. No fim desses dois anos, decidi que era altura de viver novas experiências e fui viajar durante três meses pelo sudeste asiático. Ao fim desse período, e aqui é que as coisas começaram a mudar, fui trabalhar para o departamento de E-commerce da Sonae.

Rui Martins Ferreira - Fundador e CEO de O Processo - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS
Descrição: Rui Martins Ferreira - Sumol+Compal
Moçambique

Todos os dias, antes de me sentar no meu lugar, olhava para um ecrã digital que existia no open space, com o número de pessoas na loja online do Continente e, naquele instante, aquilo fazia-me sentir parte de algo grande.

Apesar de ter ficado apenas seis meses, foi aí que vi pela primeira vez um caminho mais ou menos claro para o meu futuro. Era como se tivesse tido a oportunidade de ver como o mundo se ia desenrolar antes disso acontecer. Tinha de estar ligado ao E-commerce e ao Marketing Digital.

Depois dessa experiência, estive três anos numa agência de Marketing Digital em Braga até que, à semelhança do que acontecera anos antes em Moçambique, senti que era altura de partir para outra aventura. E foi aí que nasceu O Processo.

2. De que forma podemos relacionar estas duas áreas: a Gestão e o Marketing?

A forma como eu a vejo é muito simples. O Marketing é uma das subáreas da Gestão, como são as Vendas, as Finanças ou os Recursos Humanos.

3. Como surgiu a ideia de criar a sua própria agência – O Processo?

A ideia foi surgindo à medida que me ia sentindo cada vez mais capaz nas minhas competências de Marketing. Talvez o tipping point tenha acontecido no momento em que li um livro chamado “Value Added Selling”, porque me senti mais confiante na minha capacidade de vender. Sempre foi algo que gostei de fazer, mas o livro ensinou-me várias coisas e validou-me outras, ajudando-me a organizar melhor os pensamentos e a dar confiança.

4. Em que consiste este projecto?

Somos uma empresa de Marketing Digital que ajuda empresas a aumentar vendas e lucro. Temos um mindset muito ligado aos resultados e as nossas acções tentam estar sempre ligadas aos mesmos. Claro que não controlamos todo o processo (nem é suposto), mas as nossas acções têm sempre isso em vista. Nunca acordámos com um cliente atingir determinado número de gostos ou partilhas. Isso tem o seu lugar enquanto meio para atingir um fim, mas nunca como um fim em si mesmo.

5. Como profissional de Marketing, como crê que tem evoluído esta área ao longo do tempo?

A minha análise carece de qualquer validade, porque não fiz nenhum estudo, mas parece-me que o mercado está em expansão, com cada vez mais empresas e freelancers no sector. Enquanto o mercado continuar a crescer, está tudo bem. Quando isso não acontecer, haverá uma correcção.

Dependendo da evolução das tecnologias, poderá haver uma vantagem maior para as empresas maiores, com melhores CRM’s ou softwares de análise de dados que ganharão “Leverage” junto de empresas que, não podendo pagar, não conseguirão transpor tanto valor para os seus clientes. Claro que ser maior terá também as suas desvantagens. A Gestão está mais distante dos clientes, a empresa é mais lenta e, em geral, tem uma relação mais fria com os clientes.

O Marketing é capaz de acrescentar valor emocional a produtos que, de outra forma, seriam iguais entre si.

6. Que importância tem o Marketing nas empresas?

O Rory Sutherland tem uma frase que adoro que diz mais ou menos isto: “Às vezes achamos que temos um problema no nosso produto quando, na verdade, temos apenas um problema de percepção”. Para mim esse é o poder do Marketing.

A verdade é que não existe uma realidade objectiva. Todos somos diferentes e percepcionamos os estímulos de forma diferente. Mesmo na avaliação do valor, os consumidores não têm tempo, energia ou conhecimento suficientes para estudarem todas as opções e aproximarem-se o mais possível do valor objectivo de um produto. É por isso que tomam a decisão com base em percepções.


Descrição: TEDxSantoTirso - Joao Fernandes e Rui Ferreira

Uma empresa que ignore isso está a deixar dinheiro em cima da mesa. O Marketing é capaz de acrescentar valor emocional a produtos que, de outra forma, seriam iguais entre si. Será então o papel do Marketing “ludibriar” as pessoas? Claro que não. Há sempre um valor emocional associado a cada produto e esse valor não é menos real do que os atributos físicos de um produto.

É por isso que a Apple tem 2/3 terços do lucro mundial gerado nos smartphones, apesar de ter 32% de quota de mercado.

Mas isto é apenas a ponta do iceberg, porque o Marketing está muito ligado à estratégia, ao rumo, à identificação do caminho a seguir. Em conhecer as dores e os sonhos das pessoas que identificamos como potenciais clientes.

7. Crê que, em Portugal, se dá o devido valor a esta área e aos profissionais da mesma?

Eu não vejo a equação por esse prisma. Não me parece que as outras pessoas nos devam alguma coisa. Acho que o foco deve estar na pergunta: “Como é que eu demonstro melhor o meu valor?” mais do que “Porque é que os outros não abrem os olhos?”.

Para além disso, não me parece que esse sentimento seja muito diferente do que o que o pessoal dos Recursos Humanos, Contabilidade ou Vendas sente.

O Marketing está muito ligado à estratégia, ao rumo, à identificação do caminho a seguir.

8. Como vê o futuro do Marketing no país e no mundo?

Vou responder de outra forma. Não sei como será o futuro do Marketing do nosso país. O que eu gostava era que os profissionais do Marketing ajudassem Portugal a fazer o que o sector do calçado fez. Migrar de uma economia cuja vantagem competitiva se baseia no preço para uma que se baseia no valor.

Rui Martins Ferreira - Fundador e CEO de O Processo - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS
Descrição: Blyde River Africa do Sul

Mas para que isso aconteça, julgo que o pessoal do Marketing tem de subir o nível. As decisões não podem ser baseadas no “fica bonito”. Não é pelo Marketing não ser uma ciência exacta que não podemos recorrer ao conhecimento produzido em áreas como a Psicologia, Sociologia ou Economia Comportamental.

Há várias revistas científicas que falam sobre o consumidor e a forma como toma decisões e isso, no final do dia, é o que estamos a tentar influenciar.

9. É também formador de nutrição e conversão de leads na Factory Braga. Como concilia estes dois projectos? Que desafios encontra no seu dia-a-dia?

A exigência em termos de tempo é maior na preparação. O tempo de criação do curso demorou sensivelmente três a quatro vezes mais horas do que o curso em si. O tempo de aulas propriamente dito não é muito difícil ou exigente em termos de carga horária.

10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS líder no desenvolvimento de mupis digitais e quiosques multimédia para o mercado internacional, qual a sua opinião sobre a estratégia de marketing digital da PARTTEAM & OEMKIOSKS?

​Não conheço suficientemente a estratégia nem os objectivos subsequentes para conseguir fazer uma avaliação mas, se são líderes no sector identificado, alguma coisa estarão a fazer bem. Talvez a resposta seja mesmo reforçar o que têm feito.

De qualquer forma, numa resposta geral, o Marketing não tem de ser complicado. Se conhecem bem as vossas personas e as suas dores e sonhos, só têm de posicionar o vosso produto como a solução, o veículo, a ponte para um estado onde essas dores são eliminadas ou esses objectivos são alcançados.

De que forma é que o vosso produto ajuda as vossas personas a acabar com as dores? De que forma é que as ajuda a atingirem os objectivos? Quaisquer que sejam as respostas, só têm de veiculá-las nos canais onde as vossas personas passam tempo, quer seja Linkedin, Facebook, Google ou outro.

Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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