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Ricardo Martins - Business Development Manager na Signify

Ricardo Martins

Business Development Manager na Signify

Aficionado por startups e apaixonado por tecnologia, Ricardo Martins é, actualmente, business development manager (Smart Cities) na Signify, faz parte do conselho executivo da Harvard Business Review e é especialista em instrumentos para PME do Conselho Europeu de Inovação Horizonte 2020.

Experiente na organização e execução de projetos, Ricardo Martins já foi business development manager (Smart Cities) na Philips Lighting Spain & Portugal, senior business consultant na Porto Business School, managing director na Retail Mind, deputy director no Banco Espírito Santo, key account manager na EasyVista, pre-sales and consultant na Compuware Portugal Middle East & North Africa e business analyst na Accenture.

Licenciado em Ciências da Computação e Administração de Empresas, com pós-graduação em Consultoria de Gestão e Negócios e com um MBA em Administração de Empresas, Ricardo Martins é um dos convidados especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. Com um vasto currículo, o Ricardo Martins é, actualmente, business development manager (Smart Cities) na Signify. Pode falar-nos um pouco sobre esta função e sobre a sua jornada e experiência profissional?

Comecei há quase 20 anos no mundo do IT (Tecnologias da Informação). Passei por diversas empresas internacionais nas áreas da consultoria e do software, onde tive a oportunidade de crescer como profissional e de trabalhar em dezenas de clientes em áreas muito diversas: banca, telecomunicações, governo, etc. Foi um período muito interessante da minha vida, porque acabei por conhecer muitas pessoas, empresas e realidades internacionais diferentes.

Em 2008, optei por fazer um MBA a full-time na Porto Business School, onde enveredei pela área de empreendedorismo e cheguei a ser advisor de algumas startups.

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Em 2010, fui convidado para co-liderar um projecto no BES para identificarmos e apoiarmos startups e empresas inovadoras. Acabei por chegar à Philips em 2012, ainda como consultor, por convite de uma pessoa que estava na sede na Holanda, que na altura liderava alguns projectos estratégicos ligados à área das Smart Cities. A relação foi tão boa que me convidaram a integrar a equipa ibérica, com o intuito de ajudar a definir a estratégia das Smart Cities para este mercado.

2. De que modo é que a Signify contribui para o desenvolvimento das Smart Cities?

A Signify, que é a antiga Philips Lighting, teve um papel fulcral no desenvolvimento de várias inovações ao longo dos anos, sendo por diversas vezes considerada uma das empresas mais inovadoras no mundo e, no caso das Smart Cities, não poderia ser diferente.

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Nós vemos a luz como um meio de comunicação e consideramos que a iluminação pública, dado que já está dispersa e electrificada, pode servir como “back-bone” para a futura infra-estrutura de comunicação e “sensorização” das Smart Cities.

3. Faz também parte do conselho executivo da Harvard Business Review e é especialista em instrumentos para PME do Conselho Europeu de Inovação Horizonte 2020. Como concilia todas estas funções? Há alguma fórmula secreta?

Não há fórmulas secretas… apenas trabalho e uma boa definição de prioridades. No caso da minha relação com a Harvard Business Review e com o programa Horizonte 2020, a participação em ambos os projectos é voluntária e permite que eu faça uma alocação do meu tempo de acordo com a minha disponibilidade.

No entanto, faço isto com algum gozo. Considero que esta é uma forma interessante de manter a minha mente aberta ao mundo.

A tecnologia vai ter um papel fundamental no desenvolvimento das Smart Cities.

4. Uma vez que se considera apaixonado pela tecnologia, de que forma é que esta contribui para o desenvolvimento das Smart Cities?

A tecnologia vai ter um papel fundamental no desenvolvimento das Smart Cities, apesar de eu considerar que, ao dia de hoje, ainda não deverá ocupar o palco central. Isto, porque as cidades de hoje têm de estar preocupadas com os desafios do urbanismo, com a organização de serviços e com os desafios ambientais. Questões como a eficiência energética têm estado na ordem do dia, até por causa das metas definidas no Acordo de Paris. Contudo, o que vemos hoje, do ponto de vista tecnológico, ainda são pequenos pilotos.

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Noutras regiões do mundo já começamos a ver cidades com bastante tecnologia, e inclusive cidades criadas de raiz, como é o caso de Neom, na Arábia Saudita. Apesar de o meu primeiro projecto ter sido a criação de uma Smart City de raiz em Portugal, estou certo de que estas tecnologias ainda vão levar algum tempo a maturar até serem implementadas de forma massiva nas cidades da Europa. No entanto, prevejo também que tecnologias como o 5G, IA e a Computação Quântica venham acelerar todo este processo nos próximos anos.

5. Como é que a população pode beneficiar com o desenvolvimento das Smart Cities?

Numa primeira instância, a população vai beneficiar pela reorganização e digitalização dos serviços. Em Portugal, podemos ver que, nos últimos anos, o Governo implementou um conjunto de políticas de modernização e digitalização da Administração Pública em geral. Há um conjunto de processos como, por exemplo, a entrega do IRS, que ficaram bastante mais simplificados para o cidadão.

Numa segunda instância, como o advento da IoT (Internet of Things), penso que vamos assistir a uma democratização da “sensorização” e da análise de informação em tempo real, os quais irão melhorar bastante os serviços das cidades como, por exemplo, o parqueamento, as paragens de autocarro, a recolha de resíduos e a inteligência nos serviços como Águas, Gás, Electricidade, Comunicações. Nos últimos meses, devido ao efeito do COVID-19, temos vindo a assistir também a uma digitalização acentuada do cidadão e, actualmente, já é normal acedermos a uma série de serviços por videoconferência, como serviços médicos e escolares.

A cidade inteligente deve estar centrada no cidadão.

6. Na sua opinião, quais são as principais características de uma cidade inteligente?

O mais importante é que a cidade inteligente deve estar centrada no cidadão e não na tecnologia. Existe a tendência para se aplicar a tecnologia primeiro e depois procurar os problemas que esta poderá resolver, mas o processo tem de ser o inverso. Para termos o cidadão no centro, temos de o trazer para a discussão.

Outro aspecto importante das cidades inteligentes é a informação. Depreende-se que numa Smart City vamos ter acesso a mais e melhor informação para podermos tomar decisões sobre a construção e utilização da cidade de forma mais consciente.

7. Que desafios podemos encontrar no desenvolvimento de uma Smart City?

Eu vejo pelo menos três desafios. O primeiro é o urbanismo existente. A maior parte das cidades na Europa tem centenas de anos e este facto não permite redesenhar os serviços das cidades de raiz, daí ser um desafio, porque temos de nos adaptar à morfologia que já existe.

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O segundo desafio que vejo é a dispersão de tecnologias na cidade. Não existindo standards claros como, por exemplo, de comunicação, vai existir sempre uma dispersão de tecnologias que dificulta a integração das diversas soluções que compõem os verticais de uma cidade.

Por último, vejo o desafio da criação de valor e aqui falo mesmo em euros. As tecnologias devem ser implementadas com base em modelos de negócio que ora deveriam ajudar as cidades a poupar recursos, como é o nosso caso quando implementamos uma solução LED, ora deveriam ser geradoras de proveitos para permitirem pagar o investimento efectuado a curto-médio prazo. E estes modelos nem sempre são fáceis de encontrar.

8. Como serão as cidades do futuro?

Esta é uma pergunta de um milhão de dólares. Na realidade não sei. A resposta que daria há uns meses (pré-COVID-19) seria provavelmente diferente da de hoje. Digo isto porque, durante anos, dizíamos que iria haver um movimento das pessoas para as metrópoles que iria causar uma pressão nos serviços e no meio urbano. Porém, com a pandemia, tudo começou a alterar-se e hoje vemos pessoas a trabalhar remotamente e a adquirir propriedades em zonas rurais com menor densidade populacional.

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No entanto, se me permitirem sonhar um pouco, vejo uma cidade com iluminação inteligente adaptativa, com sensores integrados que nos irão facilitar a vida no dia-a-dia. Por outro lado, vejo cidades mais dedicadas às pessoas, com mais espaços verdes e com menos veículos. Creio que os veículos autónomos vieram para ficar e prevejo que os nossos filhos mais pequenos não venham a ter carta de condução, dado que possivelmente irão deslocar-se unicamente em veículos partilhados e automatizados. Acho também que vamos começar a assistir à entrega autónoma de produtos e encomendas, através de robots terrestres e de drones aéreos.

Por último, penso que nos próximos anos vamos poder ver, em algumas cidades, o conceito de táxi aéreo que já está a ser explorado pela Uber (Uber Elevate) e outras empresas do mercado.

Os mupis digitais vão ter um papel fundamental na informação e na interacção com o cidadão.

9. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS líder no desenvolvimento de mupis digitais e quiosques multimédia para o mercado internacional, qual a sua opinião sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS, os seus produtos e a sua estratégia para o movimento das cidades inteligentes?

Penso que os mupis digitais vão ter um papel fundamental na informação e na interacção com o cidadão. Como comentei anteriormente, um dos vectores fundamentais da Smart City é a informação e, neste capítulo, penso que os mupis digitais são um elemento interessante para a disseminação de informação, de forma dinâmica e em tempo real junto do cidadão, dado que as cidades estão sempre a mudar.

Outra utilização interessante que vejo para os mupis digitais é o auxílio no parqueamento e na criação de vias dinâmicas nas cidades. Creio que, no futuro, vamos poder ter cidades cujas vias de circulação poderão alternar de sentido de forma dinâmica ao longo do dia, ou em dias de eventos especiais. Neste sentido, os mupis digitais podem funcionar como uma solução de apoio à sinalética.

Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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