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Marcos Schlickmann - Urban Mobility Consultant na OPT

Marcos Schlickmann

Urban Mobility Consultant na OPT

Natural do Brasil, Marcos Schlickmann é, actualmente, consultor de mobilidade urbana na OPT - Optimização e Planeamento de Transportes, S.A., empresa que tem como área nuclear de actividade a gestão operacional do transporte colectivo urbano. Além disso, é editor de mobilidade do portal de urbanismo Caos Planejado.

Anteriormente, Marcos Schlickmann exerceu funções como consultor de mobilidade urbana na TRENMO e na ENGIMIND e modelador de transportes na Câmara Municipal do Porto.

Com licenciatura em Engenharia Civil, mestrado em Planeamento do Território e doutoramento em Sistemas de Transporte, Marcos Schlickmann é um dos convidados especiais na Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. O Marcos é, actualmente, consultor de mobilidade urbana na OPT. Pode falar-nos um pouco sobre esta função e sobre a sua jornada e experiência profissional?

Trabalho na OPT há quase um ano como coordenador da área de mobilidade, onde desenvolvemos estudos de tráfego, transportes públicos, projectos de desenho urbano, economia e planeamento de transportes.

Sou formado em Engenharia Civil, ramo de Planeamento, pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, onde também tirei o Doutoramento em Sistemas de Transportes.

Tenho 12 anos de experiência e já trabalhei em diversas empresas e também como consultor para câmaras municipais.

O planeamento da mobilidade tem evoluído significativamente nas cidades portuguesas.
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2. Como crê que tem evoluído o planeamento da mobilidade nas cidades portuguesas?

O planeamento da mobilidade tem evoluído significativamente nas cidades portuguesas. Há uma preocupação cada vez maior nas câmaras municipais em tentar perceber e quantificar os impactos que as opções dos vários intervenientes, tanto públicos como privados, têm sobre o território municipal.

Muitos municípios já dispõem de planos específicos para esta área como, por exemplo, Planos de Mobilidade, de Segurança Rodoviária, de Logística Urbana, Zonas 30 e de promoção de Modos Suaves. No entanto, há ainda muito para se fazer, especialmente nos concelhos menores. Mais ainda, boa parte dos municípios peca por não executar as medidas dos planos, ou por falta de suporte político, ou por falta de pessoal técnico qualificado e disponível para estas tarefas.

3. Que benefícios advêm de uma mobilidade bem planeada?

No fundo, a nossa mobilidade já é razoavelmente bem planeada, mas só para um meio de transporte: o automóvel particular. Para este meio de transporte, o cidadão quase não precisa de pensar. O sistema está tão bem feito que a escolha já é feita para nós: vais de carro e ponto final. Enquanto de autocarro ou bicicleta, o cidadão precisa de pensar em dezenas de factores, tais como o preço do bilhete, a complexidade da rede, a segurança, o conforto, a distância percorrida a pé de e para a paragem, o estacionamento para bicicletas no destino, a existência de ciclovias ou infraestruturas dedicadas. Para o carro, não é preciso pensar em nada. Está tudo preparado para ele.

No fundo, uma mobilidade bem planeada procura mudar o foco: pensar nas pessoas numa abordagem multimodal. Devemos fazer com que todas as pessoas se desloquem com rapidez, segurança, comodidade e de forma barata.

Uma mobilidade bem planeada procura mudar o foco: pensar nas pessoas numa abordagem multimodal.

4. A edição deste ano da Semana Europeia da Mobilidade teve como tema principal “Emissões Zero, Mobilidade para todos”. De que forma podemos pôr em prática este objectivo?

Para começar, e como referi acima, passa por colocar em prática os planos que já foram aprovados pelas autarquias. De nada adianta ambicionarmos no papel uma cidade multimodal, com baixas emissões, segura e acessível, se não executarmos estas medidas e monitorizarmos o seu desempenho no terreno.

5. Na sua opinião, de que forma é que a OPT contribui para o desenvolvimento das Smart Cities?

A OPT participa em projectos que cobrem o tema das Smart Cities. Por outro lado, e considerando que o conceito Smart City engloba a necessidade de recolha, tratamento e distribuição de informação ao público, a OPT desenvolve diversos produtos de informação ao público, como a App Move-me, InfoPub, InfoBoard, SpiderMaps, SMSBUS.

6. Sendo natural do Brasil, como vê o desenvolvimento de uma Smart City na Europa em comparação com a América do Sul? Quais são os principais desafios?

O Brasil está a avançar mais lentamente que a Europa no desenvolvimento deste conceito. No entanto, já existem algumas parcerias entre universidades e autarquias que procuram testar conceitos, como o que está a ser desenvolvido em Florianópolis.

Marcos Schlickmann - Urban Mobility Consultant na OPT - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS

Talvez os principais desafios sejam semelhantes aos que já conhecemos noutras áreas: os entraves burocráticos, presentes em muitos países sul-americanos e a falta de incentivos e de mecanismos de financiamento adequados para pesquisa e investigação.

A tecnologia deve ser um meio para melhorar a qualidade de vida da população.

7. Como é que as Smart Cities podem melhorar a qualidade de vida da população?

A tecnologia deve ser um meio para melhorar a qualidade de vida da população e não um fim. A produção e disseminação de informação são essenciais para uma Smart City, o que pode auxiliar a população nos processos de tomada de decisão e também os operadores de mobilidade e os gestores de infraestrutura, numa gestão mais eficiente dos recursos.

8. Que relação existe (ou deve existir) entre uma Smart City e o desenvolvimento sustentável?

Sendo um conceito que deve ser abraçado pelas autarquias municipais ao nível do planeamento e da gestão da mobilidade, os sensores, a tecnologia e a informação produzida numa Smart City deverão ser utilizados como ferramentas complementares para se atingir estes objectivos de desenvolvimento sustentável.

9. Como crê que serão as cidades do futuro?

Creio que as cidades do futuro devem tentar conciliar, utilizando os conceitos das Smart Cities, os vários meios de transporte, os utilizadores do sistema de mobilidade e, também, os motivos de viagens.

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Durante muito tempo, o sistema de transporte foi pensado para optimizar as deslocações casa-trabalho e casa-escola. É evidente que estas são importantíssimas, mas cada vez mais devemos pensar nas outras funções da cidade, tais como lazer e consumo.

10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que desenvolve e fabrica quiosques multimédia, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais para todo o tipo de indústrias e a nível internacional, de que forma é que estes equipamentos e a tecnologia no geral podem contribuir para o desenvolvimento das cidades inteligentes?

​Estes equipamentos são essenciais para as cidades inteligentes, pois permitem a distribuição de informação ao público actualizada e, eventualmente, em tempo real. São peças-chave para o desenvolvimento das cidades do futuro!

Connecting Stories é um espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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