Manuel Tarin

1. É, actualmente, director do The Smart City Journal e da Metatech Publicaciones S.L. Pode falar-nos um pouco destes projectos e da sua jornada e experiência profissional?

Na minha idade, tenho trabalhado em diferentes sectores até à actualidade. Toda a minha família está no mundo jornalístico. É um vírus que temos dentro de nós. Comecei como crítico de música e, depois, de cinema. Após isso, trabalhei 25 anos no mundo do desporto e, finalmente, no mundo das Smart Cities. Todos eles fazem parte da minha vida e eu acho-os entusiasmantes.

Nestes 50 anos, tenho tido muitos projectos, mas a expansão do The Smart City Journal (www.thesmartcityjournal.com) como plataforma de comunicação para o sector mais emergente do mercado parece-me insubstituível.

2. O que nos pode contar sobre o projecto editorial do The Smart City Journal?

O The Smart City Journal é o projecto mais interessante e universal da minha carreira. Neste momento temos audiências em 125 países e mais de 700 cidades. Encontro sempre algo incrível quando abro o Google Analytics e, na análise em tempo real, posso perceber que há utilizadores que nos estão a ver da Tanzânia ao Uzbequistão. Esta globalidade explica o que as cidades e empresas fazem para um futuro melhor. Sou apaixonado por isto.

3. É formado em Direito e Jornalismo, exercendo nesta última área de uma forma muito específica, pois é director de um órgão de comunicação especializado em Smart Cities. O que é que o atraiu mais nesta temática?

Foi, sem dúvida, a transformação que o mundo está a atravessar e agora ainda mais, depois da pandemia. As fronteiras territoriais, os conceitos de trabalho e as relações humanas sofrerão e mudarão como nunca antes. E, além disso, ninguém pode prever nada. Apenas o protagonismo das cidades.

4. Esteve também ligado ao mundo desportivo, tendo sido redactor e, posteriormente, director do Mundo Deportivo. O que o fez deixar o mundo desportivo para passar a dedicar-se à temática das Smart Cities?

Vivi diferentes fases durante os meus 50 anos de vida profissional. Fui o mais jovem director de jornal (El Mundo Deportivo) em Espanha aos meus 37 anos de idade e, após três anos, decidi trabalhar por conta própria. Por vezes com mais sorte do que os outros

Mas tive muitas experiências e, acima de tudo, conheci pessoas incríveis.

5. Que mudanças sentiu nesta fase? Foi um processo difícil?

Foi uma mudança de hábitos. Por exemplo, antes eu costumava trabalhar todos os fins-de-semana. O mundo desportivo é mais activo aos fins-de-semana. E, de repente, quando decidi trabalhar sozinho, pude desfrutar da minha família, ir para o campo ou para a praia.

Foi estranho após 20 anos no mesmo local, com as mesmas pessoas, etc.

6. Sente que a temática das Smart Cities é cada vez mais explorada?

A mudança é inevitável. O mundo está de novo a aproximar-se das cidades/estados. Por exemplo, Singapura já é uma cidade/estado; Luxemburgo, Hong Kong e mesmo Barcelona ou Lisboa são cidades/estados.

7. O que é, para si, uma Smart City e quais são as suas principais características?

Basicamente, uma Smart City é aquela em que a tecnologia está ao serviço dos cidadãos, com uma grande perfeição e a um custo mínimo.

8. Quais são os principais desafios encontrados no desenvolvimento de uma Smart City?

Após a pandemia, a Smart Health será o grande desafio global, bem como a mobilidade, a poupança de energia e Big Data nas cidades.

9. Quais são os benefícios de se morar numa cidade inteligente?

Viver numa cidade inteligente bem desenvolvida tem várias vantagens: económicas (por exemplo, melhor energia a um preço mais baixo); oferta e procura (Big Data); educação (e-Learning) e, especialmente, e-Governança como um exercício de transparência.

10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS uma empresa que tem a possibilidade de produzir mupis digitais, quiosques multimédia e outras soluções tecnológicas para cidades inteligentes, que importância tem, a seu ver, a tecnologia nas Smart Cities?

​É um desafio e uma oportunidade. O grande guru da comunicação moderna, o filósofo canadiano Marshall McLuhan, criador da Aldeia Global, já o disse: “o meio é a mensagem”.