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Filipa Cardoso - Directora da revista Smart Cities (Media Line) - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS

Filipa Cardoso

Directora da revista Smart Cities (Media Line)

Filipa Cardoso é, desde 2017, directora da revista Smart Cities (Media Line), um órgão de informação com conteúdos especializados, dedicados ao tema das cidades inteligentes.

Com interesse nas cidades inteligentes, tendências urbanas, novas tecnologias, energias renováveis, alterações climáticas, artes e literatura, Filipa Cardoso esteve sempre ligada à imprensa especializada, sendo também jornalista na Edifícios e Energia.

Licenciada em Jornalismo e mestre em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território, Filipa Cardoso é a convidada especial da série Connecting Stories da PARTTEAM & OEMKIOSKS.

1. É, actualmente, directora da revista Smart Cities (Media Line). Pode falar-nos um pouco deste projecto e da sua jornada e experiência profissional?

A Smart Cities existe há seis anos e foi criada numa altura em que se começava a falar de cidades inteligentes em Portugal, mas ninguém sabia muito bem do que se tratava. Na verdade, a ideia de criar a publicação foi uma extensão “quase” natural de uma outra publicação especializada da Media Line e que tem já mais de 20 anos, a revista Edifícios e Energia, na qual sou editora.


Com a Smart Cities, passámos da escala do edifício para a da cidade, sendo também um projecto com um âmbito muito mais alargado do que a energia.

2. É formada em Jornalismo e exerce nesta área, mas de uma forma muito específica, pois escreve sobretudo sobre Smart Cities. O que é que a atraiu mais nesta temática?

Sempre trabalhei em imprensa especializada. Ainda na faculdade, comecei a escrever para uma revista náutica e, passados três anos, juntei-me à Media Line, onde começou verdadeiramente a minha “especialização” em sustentabilidade. Toda a experiência que ganhei ao escrever nas áreas da energia e dos edifícios foi imprescindível para o trabalho que tenho desenvolvido na Smart Cities.

No entanto, devo admitir que sempre tive, desde criança, um fascínio enorme pelos temas urbanos. A cidade sempre me apaixonou! Ao mesmo tempo, sempre fui preocupada com a necessidade de preservar o planeta. Ao pensar nisto, nada me parece mais certo do que estar no projecto da Smart Cities e escrever sobre estes assuntos!

3. Sente que o mestrado em Urbanismo Sustentável e Ordenamento do Território a impulsionou a investigar mais sobre cidades inteligentes?

Na realidade, foi o inverso: as cidades inteligentes impulsionaram-me a tirar este mestrado. Senti que fazia falta uma componente teórica que me ajudasse a compreender as questões do urbanismo e do ordenamento do território e o mestrado foi muito importante nesse aspecto. Infelizmente, a temática das smart cities não esteve muito presente em termos curriculares e senti até alguma resistência ao conceito.

Filipa Cardoso - Directora da revista Smart Cities (Media Line) - Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS

As smart cities têm alguma má fama, por variadíssimas razões, começando pelo facto de o seu surgimento ter estado muito ligado a gigantes tecnológicas mundiais, o que colocou sempre a desconfiança relativamente aos interesses corporativos. Depois, há o receio dos cenários distópicos, da vigilância das pessoas, do controlo dos dados e da sua financeirização, da desumanização da cidade... Ou há simplesmente a ideia de que o “smart” é um termo da moda e que serve para efeitos de marketing. Tudo isto deve ser acautelado, mas estes são apenas alguns dos contras. Há também muitos prós quando abordamos o conceito de forma holística.

Ao mesmo tempo que estamos a ser obrigados a equilibrar o nosso modo de vida com a sustentabilidade do planeta, estamos a atravessar uma transformação digital profunda.

4. Esta área é um território cada vez mais explorado?

Sim, até porque, ao mesmo tempo que estamos a ser obrigados a equilibrar o nosso modo de vida com a sustentabilidade do planeta, estamos a atravessar uma transformação digital profunda. Isso reflecte-se na vida de cada um, mas também na nossa cidade.

As próprias cidades, enquanto entidades, estão a fazer essa transição. Repare como, durante a pandemia, foi necessário acelerar a digitalização de uma série de procedimentos municipais para que tudo continuasse a funcionar!

5. Que importância tem, a seu ver, a tecnologia nas Smart Cities?

É impossível dissociar a tecnologia do conceito smart cities. A questão está no papel que as novas tecnologias desempenham nesse modelo de cidade. A tecnologia por si só não deve ser um objectivo; deve, sim, ser usada como uma ferramenta para um objectivo comum: uma cidade vibrante, justa, sustentável e próspera.

6. Como é que relaciona o Urbanismo Sustentável e o Ordenamento do Território com as cidades inteligentes?

No paradigma actual, as boas práticas de urbanismo e do ordenamento do território com vista à sustentabilidade são ingredientes para tornar as nossas cidades mais inteligentes nas várias dimensões.

Para além disso, se pensarmos do ponto de vista da tecnologia, existem hoje muitas soluções tecnológicas que permitem o bom planeamento e uma tomada de decisão muito mais informada em matérias de urbanismo e ordenamento do território. A analítica de dados para perceber padrões de mobilidade é um excelente exemplo disso, mas há muitos mais.

7. De que formas é que a revista Smart Cities (Media Line) aborda esta temática?

Desde o início, foi definido que a Smart Cities não seria uma revista sobre cidades tecnológicas, mas sobre territórios sustentáveis que proporcionam qualidade de vida às pessoas a todos os níveis. Optámos por seguir uma abordagem holística do conceito, sem fechar a linha editorial à aplicação das novas tecnologias em contexto urbano, mas também sem a rejeitar.

Por isso, podemos tanto ter uma edição dedicada ao funcionamento de uma plataforma de dados urbana, como ter outra sobre o impacto da arte urbana na dinamização de determinado território.

Importa-nos, acima de tudo, aquilo que de interessante acontece nos territórios com vista à sua sustentabilidade, como se pensa e faz cidade no momento actual. E as novas tecnologias não ficam de fora dessa discussão.

Filipa Cardoso - Directora da revista Smart Cities (Media Line)- Connecting Stories PARTTEAM & OEMKIOSKS
O mais importante numa cidade inteligente é que haja uma busca constante por aquilo que é melhor para os seus cidadãos e para o planeta.

8. Quais são os benefícios de se morar numa cidade inteligente?

Depende sempre do que entendemos por cidade inteligente, mas há alguns benefícios que, de modo geral, a aplicação do conceito nos poderá trazer.

A cidade inteligente será sempre mais eficiente na forma como usa os recursos disponíveis, logo, será mais sustentável do ponto de vista ambiental e económico. Mas é também preciso que seja uma cidade que cria as condições para a inovação e empreendedorismo, que é competitiva, que promove a criatividade, é equitativa e inclusiva e que funciona em harmonia com a natureza. Ora, uma cidade que instala a última tecnologia só para dizer que a tem e, por isso, é muito inovadora, nunca vai conseguir alcançar isto, daí que olhar o conceito apenas da perspectiva da tecnologia não irá trazer muitos benefícios.

As cidades fazem-se de pessoas, logo, não podemos imaginar uma cidade inteligente como um local em que tudo funciona perfeitamente. Isso não existe. Penso que o mais importante numa cidade inteligente é que haja uma busca constante por aquilo que é melhor para os seus cidadãos e para o planeta.

9. Como prevê que serão as cidades do futuro?

Face a todos os desafios que enfrentamos hoje – as alterações climáticas, a escassez de recursos, as desigualdades gritantes aos níveis sociais e económicos e agora a pandemia –, as cidades terão obrigatoriamente de se reinventar, e já estão a fazê-lo. O modelo de desenvolvimento urbano que seguimos deixou de ser sustentável. Se o conceito smart city for entendido de uma forma integrada, nas suas várias dimensões (economia, capital humano e social, governança, mobilidade e TIC, recursos naturais e qualidade de vida), poderá orientar-nos naquilo que poderão ser as cidades do futuro. E a tecnologia é uma tendência incontornável, mas cuja aplicação deverá ser sempre bem ponderada, sem esquecer que o seu propósito é o bem comum.

10. Sendo a PARTTEAM & OEMKIOSKS líder no desenvolvimento de mupis digitais e quiosques multimédia para o mercado internacional e uma das empresas em destaque na revista Smart Cities (Media Line), qual a sua opinião sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS, os seus produtos e a sua estratégia para o movimento das cidades inteligentes?

É sempre com muita satisfação que vemos empresas portuguesas a dar cartas a nível internacional com as suas soluções e a PARTTEAM & OEMKIOSKS tem feito um trabalho notável nessa matéria.

Existe, em Portugal, uma indústria de soluções smart cities muito promissora, o que se deve também a alguma vontade que existiu dos municípios portugueses numa primeira fase para experimentar estas soluções.

É fundamental que a PARTTEAM & OEMKIOSKS e as restantes empresas do sector continuem atentas às necessidades dos territórios e a colaborar com os vários agentes, pois é assim que vamos conseguir co-criar as soluções que permitem às nossas cidades ser mais inteligentes.

Connecting Stories é um novo espaço editorial conduzido pela PARTTEAM & OEMKIOSKS que consiste na realização de entrevistas exclusivas, direccionadas a personalidades influentes, que actuam em diferentes sectores de actividade.

O projecto, idealizado pela PARTTEAM & OEMKIOSKS, contempla a publicação de histórias de sucesso, por meio de pequenas entrevistas a influenciadores que queiram compartilhar detalhes sobre os seus projectos, opiniões, planos para o futuro, entre outros assuntos.

A ideia é conectar histórias, partilhar conhecimento, desenvolver networking e gerar conteúdos que possam fornecer novas visões, oportunidades e ideias.

Sobre a PARTTEAM & OEMKIOSKS

Fundada em 2000, a PARTTEAM & OEMKIOSKS é uma empresa portuguesa de TI mundialmente reconhecida, fabricante de quiosques multimédia de interior e exterior, equipamentos self-service, mupis digitais, mesas interactivas e outras soluções digitais, para todos os tipos de sectores e indústrias. Para saber mais acerca da nossa história, clique aqui.

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